sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fisico-química na "fibra"!

Gente, hoje eu resolvi falar sobre um assunto um pouco mais aprofundado, mas que é bem interessante e, sinceramente, importante para o conhecimento de todos: a físico-química da fibra capilar! Eu sei que essa palavra assusta, mas eu vou tentar ser gentil e sutil no texto para que os leitores não se assustem! Vamos lá?

O nosso fio de cabelo é como uma corda elástica. Se vocês pegaram um fio com as duas mãos e derem leves puxadinhas, verão que ele tem uma certa elasticidade! Ou seja, quando o fio é submetido a uma TENSÃO ele é capaz de sofrer uma DEFORMAÇÃO sem que ocorra ruptura, até um determinado ponto. Isso permite que a gente escove os cabelos, amarre com presilhas, sem que ele arrebente todo de uma vez.
Mas como eu já disse: tudo tem um limite!
Um cabelo natural e saudável, quando submetido a uma tensão crescente passa por 3 etapas: Hookeana, Reconstituição e Ruptura (olha a figura). Ou seja, até 2 % de deformação (chamada região de deformação Hookeana) o fio deforma, mas volta rapidamente a sua conformação original; de 2 a 30 % de deformação (chamado de região de Reconstituição) o fio deforma e só volta ao normal depois de 24 horas submerso em água ou sob uma temperatura constante de 54 °C; acima de 30 % de deformação as cadeias de queratina enrijecem e tem-se a ruptura do fio.
Então como pode-se ver o nosso cabelo tem uma capacidade de se deformar (aguentar uma tensão) e retomar a sua conformação original, mas dependendo da tensão (força) aplicada essa deformação pode ser irreversível e resultar em uma ruptura do fio.


 
Por que isso é importante?
Bom, alterações (externas) nas fibras capilares podem ainda alterar essa capacidade dos cabelos de se deformarem, fazendo eles romperem antes (ou de forma diferente) do que a gente esperava! Como? Vamos aos vilões!

Umidade relativa:
Sim, ela que sempre foi a maior inimiga das chapinhas pode ser muito mais malévola do que se imagina! Um aumento na umidade relativa do ar pode levar a um aumento na carga de água dos cabelos, o que desestabiliza as moléculas de queratina. Pois é, quem mora em região úmida tende a sofrer mais do que quem mora em regiões secas! O excesso de água faz com que tensões menores, ou seja, forças menores sejam suficientes para deformar a fibra capilar e rompê-la. Sim, a fibra fica mais frágil.
Daí você se pergunta, mas qualquer cabelo em região úmida está comprometido?  Não, cabelos mais sensíveis tendem a sofrer mais que os mais saudáveis. Químicas capilares como progressiva, tinturas e luzes, por exemplo, removem a camada lipídica o que compromete o controle da entrada e saída de água dos cabelos, fazendo, por exemplo, com que essas pessoas sejam mais suscetíveis ainda aos fenômenos climáticos (acredite!).

Temperatura:
Como diz minha amiga Cristina: “Oh, meu pai!” Esse é um ponto preocupante! Com a história das progressivas e suas chapinhas super quentes, as pessoas buscam desesperadamente por aparelhos com aquecimentos absurdos. Cuidado gente!!!! O calor excessivo deforma a fibra capilar, necessitando de tensões menores que aquelas necessárias quando não se tem calor! Ou seja, com o calor é preciso “menos força” pra destruir e quebrar os fios! Um estudo demonstrou que a 100 °C a força necessária para estragar a fibra é 25 % menor que quando não se usa calor! Além disso, esse mesmo estudo demonstrou que as fibras de lã (que são muuuuuuito similares ao cabelo) sofrem deformações IRREVERSÍVEIS a temperaturas de 220 °C (temperatura de muitas chapinhas por ai)! Tudo bem que existem diferenças entre o cabelo humano e a fibra de lã, mas elas são pequenas! Cuidem, as chapinhas trabalham no limite da temperatura, eu inclusive já falei disso aqui!

Descoloração:
Bom... quem tem luzes, mechas, cabelos descoloridos já sabe né?! O uso de descolorante ocasiona aumento na tendência à deformação e diminuição na tensão (força) necessária para quebra dos fios. Isso principalmente porque o processo de descoloração (como eu falei acima) compromete a proteção lipídica da superfície capilar, desregulando a entrada e saída de água. Como consequência se tem um aumento do conteúdo (intumescimento) de água dentro da fibra, o rompimento fica super facilitado!

Radiação UV (Sol):
A exposição excessiva demonstrou que a fibra de queratina perde a sua resistência quando exposta excessivamente a radiação UV, ou seja, é preciso menos força para rompê-la após essa exposição.
A melanina parece ter aqui um papel crucial na proteção do fio, pois cabelos naturais escuros tem uma resistência maior do que cabelos claros! (interessante, não?!)
Consequentemente os descoloridos são prejudicados nesse ponto também!

Ok! Eu sei que falando assim não da nem vontade de sair de casa, mas eu só falei disso tudo pra frisar que é preciso cuidar com carinho dos cabelos!
Quer fazer progressiva: FAZ!
Quer fazer luzes: FAZ!
Quer pintar porque está tudo branco: PINTA!

Mas cuida dele depois! Hidrata, corta as pontinhas de tempos em tempos, compra um bom xampu, uma mascara reparadora, evita o secador todo santo dia! Afinal de contas os cabelos são nosso “cartão de visitas”! Eu acho pelo menos! ;)

Bju
Denise


segunda-feira, 25 de julho de 2011

A espera de um milagre!

Uma verdade é universal: Tudo na vida tem seu preço!
Optar por modificar o visual, deixar o cabelo liso, loiro, com mexas, com aplique, colorido, pode ser lindo, mas a gente paga o preço! E eu não estou falando do financeiro!
Não existe química que não agrida! Até mesmo o simples ato de lavar os cabelos com xampu, secar com o secador e escovar (mesmo com o pente de dentes largos feito de madeira), vai deixar alguma pequena sequela!

Na mídia tem milhões de escovas progressivas (ou qualquer outro nome do tipo), que prometem alisar sem estragar... Mentira!
“Lançamos a escova fulana de tal, que não contem formol” – Meu deus! Qualquer escova hoje em dia não tem formol! É muito difícil passar um registro na ANVISA de um produto que contenha formol em quantidades acima do permitido! No máximo o que pode acontecer é a cabeleireira adicionar por conta o formol... daí a empresa produtora nada tem a ver!
Daí surgem outros produtos: “Escova de queratina”, “escova da proteína da aveia”, “Escova a base de argila” – FALA SÉRIO! Desde quando esse tipo de ativo alisa cabelo??? Pra alisar TEM QUE agir nas ligações de enxofre, através de um processo chamado OXIDAÇÃO (eu já falei disso aqui). Se não for assim NÃO DÁ!
“Ah, mas funciona!”
Então da uma lida na composição e vê se por acaso não tem uma tal de cisteína, ou carbocisteína, ácido glioxílico, tioglicolato, ácido tioglicólico e etc... Não existe milagre!

Outra situação é quando o cabelo não agüenta mais de tanta química, já está completamente sem brilho e ressecado. Dai é um corre corre atrás de um milagre que salve o malfeito. Milhões de produtos surgem com a promessa de corrigir os defeitos causados pelas milhões de mudanças impostas aos cabelos, mas acreditem: eles não serão suficientes! Na realidade até seriam, se as pessoas cuidassem PERIODICAMENTE dos seus cabelos, e não apenas quando eles já estão em um estado crítico.
Eu acho engraçado quando as pessoas me falam: “Nossa, como teu cabelo é lindo, o que tu faz pra ele ser assim?” Daí eu dou toooooda a minha receita e ouço a seguinte resposta: “Ah! Ta louca, eu jamais vou ficar gastando tempo e dinheiro assim com o meu cabelo!”
Bom... eu só tenho uma resposta: MILAGRES NÃO EXISTEM!

Minhas “dicas”:
- Escova progressiva detona o cabelo – umas mais, outras menos, mas não existe alisamento sem química, a queratina sozinha, por exemplo, não alisa NADA.
- Luzes estragam muito o cabelo e tendem a tirar o brilho dele, é preciso estar sempre hidratando para ter uma aparência com brilho.
- Cabelo com aparência de saudável é cabelo tratado, hidratado, cuidado PERIODICAMENTE (se quiser tem dicas aqui), e não uma vez na vida e outra na morte! Não adianta achar que só porque a cabeleireira cobra caro que a hidratação dela vai resolver todos os problemas de uma só vez!

De duas uma, ou você se conscientiza disso tudo ou segue A ESPERA DE UM MILAGRE!


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ih! Desbotou!

Do post da Carbocisteina ainda ficou pendurada uma dúvida do pessoal:

"A carbocisteína ao entrar em contato com o cabelo, provoca uma mudança de cor naqueles coloridos artificialmente! Nos cabelos naturais não ocorre essa mudança. Por que isso acontece?"

Bom, para responder essa pergunta duas informações a respeito da escova de carbocisteína são cruciais:
1 - A carbocisteína está presente em formulações com pH entre 1,5 e 2 (muito ácida, pois o pH do cabelo é 4,5 - 5!).
2 - Para que ocorra o "alisamento" é necessária a aplicação de calor intenso, na faixa de 200-230 °C.

Como resultado a combinação de pH baixo e altas temperaturas favorecem a degradação de pigmentos orgânicos, principalmente por processos de oxidação dessas moléculas. Por isso é muito comum perceber a abertura do tom de colorações artificiais dos cabelos, após esse tipo de progressiva.

Mas e a cor natural, não degrada?
Degrada também, contudo nossos pigmentos naturais (melanina) estão em maior quantidade e mais "protegidos" na trama das fibras de queratina dos cabelos, sendo mais reduzida a degradação deles. Dessa forma, a mudança dos tons naturais dificilmente é percebida.

Mais dúvidas? ;D

bjus
Denise

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Curiosidade: xampu roxo!?!

É engraçado né! Todo mundo olha aquele xampu extremamente azulão meio roxo e se pergunta: Nossa.... será que isso funciona? Porque essa cor bizarra? Certo que é só pra marketing!
A resposta é SIM, funciona, e NÃO, não é só marketing! Isso é química pura!
Pra quem não sabe, as cores básicas tem as suas cores ditas complementares ou opostas. Na ciência das cores, duas cores são chamadas complementares se, quando misturadas, produzem o preto, o branco ou alguma graduação de cinza. Nos sistemas de cores mais perceptíveis, o branco está no centro do espectro e as cores complementares se situam uma ao lado oposto da outra. Um exemplo clássico de complementares/ opostas seria o preto e branco.

Agora você sabe qual a cor complementar do amarelo? Não? Nem desconfia? Azul! Sim!
Pois é, para neutralizar um amarelo muito forte é necessário utilizar um azul turqueza, assim como para neutralizar um vermelho muito forte a gente precisa usar um verde! Bizarro mas real!

Na internet tem umas receitas malucas que indicam usar violeta genciana para neutralizar o amarelado do cabelo. Se você usar demais esse composto (que por sinal é super tóxico) sabe o que acontece com o seu cabelo? Voce neutraliza totalmente o amarelo (loiro) e tem como resultado uma coloração cinza (platinado)!

Os xampus que são vendidos tem uma concentração de corante exata para que o amarelo seja reduzido, mas não a ponto de ser totalmente neutralizado (evita o platinado)!

Legal, né!
Espero que tenham gostado!

bju
Denise

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Carbocisteína e ácido glioxílico!

Um dos assuntos que mais me pedem pra colocar no blog é sobre a escova progressiva de carbocisteína, a qual eu mesma já testei (confira aqui).
A carbocisteína hoje está presente em muito mais produtos do que as pessoas imaginam. Muitas vezes a cliente pensa que está fazendo uma reconstrução capilar com um super hidratante, mas na verdade o que está sendo usado é a carbocisteína. Sabe por quê? Já explico!
Por causa de impasses quanto ao tipo de registro de produtos contendo esse ativo, hoje a carbocisteína não é considerado alisante pela ANVISA. Logo, se vocês prestarem atenção, todos os produtos que contém carbocisteína NÃO tem no rótulo os dizeres “alisante”, “produto de alisamento”, ou qualquer coisa do tipo. Muitos trazem dizeres do tipo: “plástica capilar”, “plástica dos fios”, “hidratante capilar” (veja bem, não é condicionador!), “redutor de volume”. É o jeito para por o produto no mercado!
Bom, a cisteína é um aminoácido comum ao nosso cabelo. Ela faz parte das ligações de cistina que dão o formato final: crespo, liso, ondulado. Segundo o livro The Science of Hair Care, escrito por profissionais da L’Oreal, a cisteína tem uma ação similar a do tioglicolato para o alisamento capilar, contudo, ela é uma molécula instável, que pode precipitar (separar fase na formulação) durante o processo químico, deixando o alisamento incompleto.

De tudo que eu li, de todas as informações que eu juntei, O MEU PONTO DE VISTA É:

A carbocisteina (na foto inicial) é uma molécula que deve ser mais estável em cosméticos que a cisteína, por isso ela é usada nesses alisamentos. Contudo, pra que ela tenha ação, é necessário um processo de oxidação das ligações de cistina. Pra isso é necessário um oxidante para auxiliar no processo, e é ai que entra o ÁCIDO GLIOXÍLICO. Ele é um oxidante que auxiliaria a carbocisteína no processo de alisamento. Fora isso, o calor que é aplicado sobre o produto também favorece esses processos de oxidação, por isso a importância da chapinha beeeem quente sore o produto no cabelo (e por isso que nem todos os produtos precisam ter o ácido glioxílico).
Mesmo assim, esses ativos não tem a mesma potência que o tioglicolato. Além do que, os processos de oxidação são favorecidos no pH alcalino e a carbocisteína para agir tem que estar em pH ácido. Logo a ação dela é muito mais BRANDA e SUPERFICIAL. Eu digo superficial porque as cadeias de queratina são completamente enoveladas, é necessário “força” (pH mais alcalino) do produto para “ir a fundo” (mais dentro desses “novelos”), entende? Com isso, o resultado que se tem é apenas uma redução de volume, redução de ondulação, mas não alisamento total. E é por isso que muitos cabeleireiros usam esses produtos para processos como: “selagem térmica”, “hidratação profunda”, “blindagem”, “plástica capilar”. O uso de produtos com carbocisteína ajeita os cabelos, reduz o volume, “doma a juba”, e como são menos agressivos não danificam tanto (não ressecam tanto). Como resultado parece que o cabelo está mais hidratado e tratado!
Mas não se iluda, assim como todos os processos químicos (luzes, coloração, alisamentos) ele também danifica um pouco o cabelo! Menos que muitos outros, mas também tem a sua parcela de dano!

E ai, ficou alguma dúvida?

Bju
Denise


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mas para que serve isso?

Você sabe o que são todas aquelas matérias-primas que compõem o seu cosmético?
Logicamente que o ativo principal a gente sempre sabe para o que é: hidrata, diminui as rugas, protege do sol, alisa o cabelo, tem ação antioxidante... mas e o resto?
Essa era a minha dúvida quando eu entrei na faculdade de farmácia... pra que TANTA COISA?
Bom, pro post de hoje eu resolvi apresentar pra vocês o que nós (farmacêuticos e formuladores) chamamos de EXCIPIENTES de uma formulação. Esses componentes (matérias-primas) são essenciais (acreditem!) para auxiliar na veiculação, otimização do efeito e manutenção das características do ativo ao longo de toda a vida útil do produto. Além disso, eles tem 1000 outras funções. Vou explicando aos pouco que talvez vá ficando mais claro! Junto vou colocar exemplos e dentro dos parênteses vou colocar os INCI das matérias-primas.
Para quem não sabe INCI = International Nomenclature of Cosmetic Ingredient. É um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos.

Vamos lá:

Veículo: é o principal componente, todas as outras matérias-primas são colocadas nele para serem “veiculadas” até o seu local de ação. Em cosméticos o veículo é quase que em 100 % dos casos a Água! Ela pode chegar a representar quase que 95 % de uma formulação (?é o caso dos géis de cabelo)! O INCI da água é aqua!

Tensoativo: também chamado de surfactante, ou até mesmo sabão, é o componente responsável por fazer com que substâncias que não são solúveis no veículo, fiquem solúveis. Ou seja, ele é capaz de fazer com que seja possível misturar óleo e água. A maioria dos cremes e cosmético no geral são assim: uma fração lipídica (gordurosa), composta por óleos, manteigas, ceras; e uma fração aquosa, composta por água e componentes solúveis em água como a glicerina e o pantenol, por exemplo.
Isso é possível porque as moléculas de tensoativo possuem uma extremidade com afinidade por materiais polares (como a água) e outra por materiais apolares (como os lipídeos). Essa é a mesma explicação do porque que são essas as moléculas que são usadas como ativos dos xampus. O lado apolar se liga nas impurezas e sujeiras dos cabelos, já o lado polar se liga na água corrente do chuveiro que arrasta essas impurezas para fora do nosso cabelo. O problema é que essas moléculas não são seletivas e muitas vezes elas levam junto lipídios naturais dos nossos cabelos. Por isso que o xampu deixa o cabelo “ressecadinho”.
Exemplos: Lauril éter sulfato de sódio (Sodium Laureth-2 Sulfate), Dietanolamida de ácido graxo de coco (Cocamide DEA), Lanette (Cetearyl Alcohol and Sodium Cetearyl Sulfate), Olivem 1000 (Cetearyl olivate and Sorbitan olivate).

Agente condicionante,  hidratante ou emoliente: são moléculas de cera, manteiga, óleo ou silicone que auxiliam na reposição dos lipídios da pele ou dos cabelos. Essas moléculas ajudam no controle da entrada e saída de água das células (tanto de cabelos como da pele). Atuam como uma barreira física, como guardiões de uma muralha! (que romântico) =P
O termo mais correto usado para sua ação na pele é “evitam a perda de água transepidérmica”!
Exemplos: Derivados do óleo de oliva (Olive Oil Peg-7 Esters), Condicionador quaternário (Poliquartenium 7; Cetrimonium Chloride), silicones (Dimethicone; Amodimethicone; Cyclopentasiloxane), Manteiga de Karite (Shea Butter).

Umectantes:  são moléculas capazes de reter água. Ao contrário dos hidratantes, os umectantes atraem a água para retê-la na pele, mas não tem a função de formar uma barreira, são moléculas ditas higroscópicas.
Exemplos: Uréia (Urea), Glicerina (Glycerin).

Espessante: são compostos usados apenas para dar a consistência adequada para o produto, afinal de contas, ninguém vai querer um hidratante labial completamente líquido (por exemplo).
Exemplos: Goma Xantana (Xanthan Gum), Carbopol (Carbomer), Rapithix (Sodium Polyacrylate), Cera de carnaúba (Carnaúba ( Copernícia Cerífera) wax).

Adstringentes: compostos muito usados em xampus ou tônicos faciais para quem tem problemas com oleosidade excessiva. O adstringente diminui a secreção das moléculas de gordura/oleosidade, e pode auxiliar na sua remoção.
Exemplos: Extrato de jaborandi (Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi) Extract), Extrato de Hamamelis (Witch Hazel (Hamamelis Virginiana) Extract), Mentol (Menthol).

Conservante: são compostos para evitar a proliferação microbiana. É o que garante que o seu cosmético vai ter pelo menos uns 6 meses de validade antes de aparecer aquele cheiro desagradável ou aqueles pontinhos pretos e verdes nas paredes do potinho (eca!)!
Exemplos: Ácido Benzoico (Benzoic acid), Parabenos (Methylparaben, Propylparaben), Hidantoina (DMDM hidantoina), Iodopropinil butilcarbamato (Iodopropynyl Butylcarbamate).

Agentes quelantes: compostos utilizados para remover íons metálicos residuais de uma formulação. Esses íons metálicos podem vir de contaminação no uso diário do cosmético, do processo de degradação ou de alguma matéria prima. O não uso do agente quelante pode favorecer a instabilidade da formulação.
Exemplos: EDTA (Dissodium EDTA)

Corretor de pH: Corrige o pH da formulação para aquele mais adequado para a área em que o cosmético será utilizado ou de acordo com a estabilidade das matérias-primas utilizadas.
Exemplos: Ácido cítrico (Citric acid), Trietanolamina (Triethanolamine).

Corretores de sensorial: são compostos que auxiliam a melhorar o sensorial, o toque, de uma formulação, ou seja, ajudam uma formulação que era meio pegajosa a ficar com um toque mais sequinho (por exemplo).
Exemplos: pó de Tapioca (Tapioca Starch), Oliwax ( Hydrogenated olive oil, Olieve oil and Olive oil unsaponifiable).

Espero que tenham gostado, e que tenha esclarecido um pouco pra alguém!
Para quem quiser mais informações tem um blog que eu sigo, bem legal, que chama Decifrando Rótulos! Ajuda! ;)

Bju
Denise


A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.