terça-feira, 13 de novembro de 2012

Esmaltes e Nanotecnologia: Produtos cosméticos inovadores

O post de hoje não foi escrito por mim, mas sim por uma profissional pela qual tenho muito respeito e admiração pela jornada que cumpriu e vem cumprindo!
Ela é mestre em ciências farmacêuticas pela UFRGS e diretora de uma das empresas mais inovadoras do país, a INVENTIVA, empresa líder em nanotecnologia!

Com a palavra: Cândice Felippi


As unhas, cientificamente conhecida como lâmina ungueal, são uma importante peça na beleza, tanto feminina, quanto masculina. Elas são um reflexo direto do nosso corpo e podem representar o estado geral da nossa saúde. Uma unha quebradiça, amarelada ou com deformidades pode estar querendo dizer que algo não está bem com nosso corpo. A alimentação é um dos principais fatores que afetam a aparência geral das unhas, sendo que refeições ricas em ferro, cálcio e vitaminas são extremamente importantes.
Antigamente, admitia-se que a resistência ungueal era devida à quantidade de cálcio. Ao passar dos anos, pesquisadores comprovaram que é a quantidade elevada de enxofre das unhas que contribui para que as pontes dissulfeto entre cisteínas estabilizem proteínas relevantes para a resistência ungueal. Ela contém aproximadamente 10% de água e é pobre em lipídios. Dessa forma, sua capacidade de reter líquido é pequena, o que a torna mais suscetível à desidratação e aos danos mecânicos. Unhas de idosos têm percentual ainda menor de lipídios, mostrando, portanto, maior suscetibilidade para unhas frágeis.
A exposição das unhas a cosméticos contendo agentes químicos como acetonas, esmaltes à base de solventes (formaldeído, tolueno), além de fungos e traumas repetitivos (como digitação, por exemplo) podem interferir na adesão intercelular dos corneócitos e tornar as unhas extremamente frágeis. Esses fatores parecem atuar de maneira cumulativa, determinando maiores alterações ungueais com a maior exposição ao longo do tempo. Uma causa freqüentemente negligenciada é o uso abusivo de removedores de esmalte, principalmente contendo acetona, que promovem secagem excessiva das unhas, acarretando em unhas quebradiças, esbranquiçadas e sem brilho.
O culto à beleza das unhas vem da antiguidade. No Egito antigo já existia o costume de pintar as unhas e os dedos com henna. Hoje, no mercado, existem uma quantidade enorme de produtos com a finalidade de embelezar as unhas.
Esmaltes não são usados apenas pela finalidade estética; eles também auxiliam no fortalecimento e na proteção das unhas, principalmente das agressões do dia a dia. Por isso, é extremamente importante saber escolher produtos de qualidade, seguros e eficazes para nossas unhas. Algumas fórmulas contêm um solvente chamado tolueno, que devido ao seu baixo custo, ainda é utilizado em alguns esmaltes. Além dele, o formaldeído também está presente em alguns esmaltes, pois confere uma boa aderência e durabilidade ao produto. Esses dois solventes são extremamente prejudiciais para as unhas e causadores de reações alérgicas. Devido a isso, a Anvisa proibiu no Brasil  o uso de formaldeído em cosméticos e o tolueno também já está sendo retirado de esmaltes por diversas empresas. O consumidor deve estar atento na escolha de esmaltes sem tolueno na fórmula e, dessa forma, não prejudicar sua saúde e nem das suas unhas.
O mundo dos esmaltes evolui rapidamente e diferentes produtos são lançados no mercado praticamente todos os dias. O consumidor está sempre atento às novidades, buscando produtos inovadores e capazes de trazer rápidos e bons resultados. Devido a isso, esse mercado acaba sendo muito dinâmico, necessitando renovar constantemente seus produtos. Algumas tecnologias muito bem desenvolvidas já podem ser apreciadas por consumidores, como o uso da nanotecnologia em esmaltes.
Cosméticos com nanotecnologia são formulações que conduzem ativos ao seu local de ação, podendo controlar a liberação do ativo em camadas mais profundas, tornando-o mais efetivo que os produtos convencionais. Na área cosmética, geralmente, as nanopartículas apresentam diâmetros compreendidos entre 100 e 600 nm. Através da Figura 1, é possível ter uma noção de uma ampla escala nanométrica, na qual se observa que uma nanopartícula é maior que um vírus e menor que uma bactéria.





Algumas das vantagens que podem ser obtidas com a utilização da nanotecnologia na produção de cosméticos são: aumento da estabilidade dos ativos cosméticos, a liberação lenta e controlada do ativo, melhora na homogeneidade das formulações, o aumento da eficácia dos produtos e o aumento da capacidade de hidratação da pele, cabelos e unhas, devido ao tamanho nanométrico dos sistemas.
             O estudo de aplicação em esmaltes de unhas de nanopatrículas de óleo de Argan (NanoArgan da empresa Inventiva) demonstrou excelentes resultados de reparação e fortalecimento das unhas. Em apenas uma semana utilizando NanoArgan  em base para esmalte, voluntários com unhas quebradiças notaram que suas unhas não quebraram e, após 20 dias, as unhas que não conseguiam obter um comprimento estavam endurecidas e compridas.

Quando utilizado em bases para esmaltes coloridos, testes demonstraram que a resistência de duração do esmalte contendo NanoArgan foi maior (7 dias de duração) quando comparado com o produto puro (5 dias). Portanto, a utilização de NanoArgan em esmaltes é capaz de aumentar a força e resistência das unhas, além de manter o esmalte por mais tempo sobre as unhas.
É fundamental a escolha de bons produtos para as unhas, com fórmulas livres de tolueno, formaldeído e dibutilftalato, principalmente para pessoas que tem facilidade em adquirir irritações nas unhas. A adição de ativos como óleos vegetais torna o produto ainda menos agressivo e com benefícios além de apenas colorir. Ainda, esmaltes com nanotecnologia, além de tornarem o produto extremamente inovador, ainda agregam eficácia e segurança aos produtos. 
Algumas empresas já adquiriram a esta tecnologia inovadora, como a Kolt, que possui uma ampla linha de esmaltes com nanotecnologia, uma das linhas possui nanopartículas de queratina, D-pantenol e vitamina E (NanoVit Nail®), e a outra, em homenagem as blogueiras, com nanopartículas de óleo de Argan (NanoArgan®). A empresa Dailus lançou este ano 20 cores de esmaltes que proporcionam alta cobertura, brilho e cor intensa para as unhas. Com uma embalagem inovadora, sobretampa e pincel diferenciado que facilita a aplicação, o esmalte contém nanopartículas de queratina, D-Pantenol e vitamina E (NanoVit Nail®) que fortifica e hidrata, reduzindo quebras e descamação.



Links com produtos:



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nanotecnologia em cosméticos!

Para quem não conhece a área ou para quem quer saber mais, super recomendo esse curso! As ministrantes são duas expertes na áreas, com conhecimento prático e teórico!
Vale a pena conferir!




terça-feira, 10 de julho de 2012

De ácido glioxílico a formol?

Eu sempre ouvia falar que o ácido glioxílico poderia se converter a formol, mas nunca tive certeza se isso era mito ou verdade!
Para que você entenda: muitas progressiva, com a finalidade de obter um resultado (de liso) melhor, associam o ácido glioxílico com a carbocisteína. O ácido glioxílico é um composto orgânico da classe dos aldeídos, a mesma do formol.
A estrutura química do formol e do ácido glioxílico é parecida, mas o ácido glioxílico apresenta uma carboxila a mais (figura a baixo).



Sendo um aldeído, o ácido glioxílico poderia fazer a reticulação da matriz do córtex (assim como o formol) para auxiliar na fixação do novo formato.
Mas qual o problema? Bom... alguns estudos demonstram que quando submetido a temperaturas superiores à 200 graus (C) o ácido glioxílico pode sofrer uma decomposição térmica em gás carbônico e formol (eu li nesse artigo).
Segundo o estudo feito por Back e Yamamoto, quanto mais próximo à 200 graus, menor a formação de formol, assim como quanto mais elevada a temperatura maior a formação.

Agora fica a pergunta: é arriscado o uso de ácido glioxílico? A quantidade de formol liberada por ele pode ser nociva? Infelizmente essas respostas eu ainda não sei...

domingo, 17 de junho de 2012

Progressiva e coloração juntas (ao mesmo tempo) pode?


Pooooode! Acreditem!
Esse foi um desafio que eu lancei na minha aula de Terapia Capilar, no curso de Técnico em Imagem Pessoal (na escola Fórmula, Porto Alegre). Todas as minhas alunas, são cabeleireiras e eu desafiei elas a fazerem uma progressiva, finalizando com coloração! Ta certo que algumas já tinham feito isso, mas sem olhar para a ciência por trás de tudo!
E para provar que eu acreditava na minha teoria química, EU fui a cobaia!
O fato era o seguinte: meu cabelo estava realmente precisando de uma progressiva (foto a baixo). Ele estava muito sem forma (nem liso, nem ondulado), além disso, as luzes estavam com uma coloração indefinida: umas platinadas, umas douradas e outras laranjas! E eu queria tudo dourado!



Então eu propus o seguinte: primeiro fazer uma progressiva com carbocisteína (a marca usada foi a de sempre, Tanagra, Kerapower Perfect Liss). Como essa progressiva deixa cheiro ruim no cabelo, eu sempre aplico o neutralizador da X-Tenso L’Oreal. Como o X-tenso tem oxidantes, ele reage com ligações de cisteína que permaneceram aberta (e tem cheiro ruim, devido ao enxofre livre), fecha essas ligações ou converte a cisteina em ácido cisteico, e o cheiro ruim some. Baseado nesse meu segundo passo é que eu fiz o desafio: como esse oxidante que eu uso depois da progressiva é uma água oxigenada (aproximadamente 8 volumes), eu pedi pra elas colorirem o meu cabelo inserindo a coloração nesse neutralizante da L’Oreal e aplicando após a progressiva feita!

Deu pra entender?

Passo 1: fazer a progressiva
Passo 2: preparar a coloração, usando o neutralizador da X-Tenso ao inves da água oxigenada comum
Passo 3: finalizar a progressiva (tirar o cehiro ruim) colorindo ao mesmo tempo as mexas.

Quem confia que isso da certo?

Vejam bem: a coloração é feita com água oxigenada e a tintura. A Água oxigenada em contato com o pigmento revela ele e colore o cabelo... Poque não usar o neutralizador (que é composto por água oxigenada)?
Logicamente que as preparações para coloração tem um pH mais alcalino e esse neutralizador um pH mais ácido. Mas lembre-se que o pH alcalino é para auxiliar na abertura da cutícula... o que já foi feito pela própria progressiva ainda não totalmente finalizada.
Então, será que da certo?

DEU! 
Elas conseguiram fazer a minha progressiva e “padronizar” a minha coloração das mexas (foto a baixo). Claro que elas aproveitaram também pra dar uma cortadinha (mínima) e uma arrumadinha! ;)



Mas porque assim pode e fica bom e separado (primeiro progressiva e depois coloração) não é recomendado?
Até da pra fazer os dois separados, mas quando se faz os dois processos separados o cabelo é submetido 2 vezes ao processo de abertura de escamas... e isso fragiliza mais os fios. Então, se é possível, reduzir uma etapa de dano, fazendo os dois procedimentos juntos, não é melhor?
O que vocês acham?


sábado, 9 de junho de 2012

Ele está no meio de nós! FORMOL: o teste!

Pois é... ele está no meio de nós.
Há muito tempo eu me perguntava:
"Quais as marcas confiáveis de progressiva?"
"Quais não tem formol?"
"Será que todas tem formol?"

Chata do jeito que eu sou, fui atrás de alguma metodologia para doseamento de formol em produtos de alisamento capilar e achei um artigo bem bacana (clique aqui). É uma metodologia de doseamento por UV (espectrofotometria de ultravioleta) que me permite QUANTIFICAR o formol. Sim! Não é simplesmente dizer se tem ou não, mas sim o quanto tem!

Bom, com esse artigo nas mãos resolvi transformar essas "curiosidades" em aprendizado! Eu dou aula em um curso técnico na escola Fórmula, aqui de Porto Alegre. Nesse curso, eu ensino a parte química dos cosméticos capilares para cabeleireiros. Obviamente que nesse pacote entram os ensinamentos sobre os riscos do formol!
Já na UFRGS eu fui convidada para dar uma aula especial sobre cosméticos para alisamento capilar. Além da aula teórica, eu sugeri ministrarmos uma aula prática de detecção de formol em produtos de alisamento capilar!
Dai foi só juntar as duas instituições para beneficiar ambos alunos.
As minhas alunas da escola Fórmula (que são cabeleireiras), me cederam amostras de progressivas que elas trabalham (e que o vendedor garante que não tem formol)! E na UFRGS os alunos vão dosear pra saber se tem formol e quanto tem (a aula vai ser dia 18/06)!
Como é de praxe, toda aula prática deve ser testada antes, para ver se funciona e para ver quais resultados cada amostra tem. Bom... eu que não sou boba, escolhi 10 marcas para fazer o teste e acreditem... me surpreendi muito!

Se você está esperando que eu conte quais deram positivo, desista! Infelizmente não posso fazer isso por hora! As análises foram feitas dentro da universidade, com amostras cedidas (ou seja, eu não abri um produto novo para testar). Eu estaria sendo leviana se jogasse a "merda no ventilador" dessa forma. Mas sabe o que me surpreendeu? Marcas grandes, famosas, usadas nos grandes salões de Porto Alegre deram positivo! Com quantidades variando de 3 a 10 % de formol! Já algumas marcas pequenas, que eu achava que certamente teriam formol, me surpreenderam com um resultado negativo!
Claro... eu ainda vou repetir algumas análises, mas isso serviu pra me mostrar o quanto complicado é escolher uma marca.
O único resultado que eu faço questão de contar é o da progressiva que eu uso (em mim e nas minhas amigas), da marca Tânagra (já falei dela aqui). Deu NEGATIVO! Ufa... :)
Na foto a baixo está o resultado das 5 primeiras análises. Para que vocês entendam: amarelo é negativo e quanto mais rosa mais formol tem!



Depois, a análise de UV dessas amostras são confrontadas com uma curva padrão (6 amostras de formol com concentração conhecida) para determinar através de cálculos específicos a concentração de formol na amostra. Ai a baixo está a foto da minha curva padrão para vocês entenderem!



O que eu tirei disso tudo? Realmente não da pra confiar em qualquer marca... E isso é o  mais triste, pois marcas que eu considerava sérias, parecem não ser!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

FCE Cosmetique 2012


Para quem não conhece a FCE é uma feira promovida pela NürnbergMesse Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Cosmetologia. O evento reune profissionais da indústria cosmética e estudantes, além disso, o grande número de palestrantes do exterior ajuda a credenciar o evento como referência internacional para o desenvolvimento do mercado cosmético.
Nesta 17a edição, a feira terá também o primeiro Seminário FCE Pharma, com módulos voltados para Marketing-Estratégico e Módulos Técnicos, trazendo novidades, tendências e soluções para os principais desafios do setor através de porta-vozes como ANVISA, Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, Farmanguinhos, entre outros.

Entre as novidades da feira estão o lançamentos da minha querida INVENTIVA!
A indústria Inventiva, de Porto Alegre, acaba de lançar dois novos produtos contendo o óleo de argan. São dois ativos diferenciados, que apresentam distintas aplicações para o óleo, muito rico em nutrientes, e utilizado na indústria cosmética, em produtos para pele, cabelos e unhas.
O óleo de argan é extraído da árvore argan ou argania, cultivada no Marrocos e em parte da Argélia, na África. A empresa criou o NanoArgan, descrito como Inventsferas de óleo de argan, com aplicação em produtos capilares, hidratantes e fortalecedores de unhas. O segundo produto é o NanoFrizz Argan, produto desenvolvido pela empresa que contém um blend de silicones multifuncionais e óleo de argan em nanopartículas, atuando na redução do frizz dos cabelos.
Além desses, o lançamento de ativos nanotecnológicos para serem utilizados em esmaltes é inovador, produtos adicionados desses ativos terão capacidade de fortalecimento de unhas e melhora do seu aspecto. Um dos ativos é o NanoVit Nail composto por queratina, D-pantenol e Vitamina E. Maiores informações através do site: www.inventiva.ind.br ou telefones 51.3362 1029 e 51.8471 4000 (Cândice e Renata).

Infelizmente esse ano eu não vou poder ir à FCE! Ano passado eu fui e valeu muito a pena para conhecer!
Quem tiver oportunidade vá! E se quiser, me conte depois o que achou! ;)


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Carbocisteína: seu funcionamento e seus problemas!


Entre os meus post mais procurados está (sem dúvidas) aquele sobre a carbocisteína!

Há meses eu me pergunto: como esse ativo funciona? Porque não precisa da etapa de neutralização? Porque quem descolore o cabelo e faz essa progressiva fica com o cabelo amarelado ou até mesmo esverdeado? Porque o tioglicolato não tinha esse problema?

Bom, eu acho que encontrei as respostas!

Como eu acho que funciona a carbocisteína:
Da mesma forma que o tioglicolato, a carbocisteína provoca redução das pontes de enxofre (S-S). Contudo, ao contrário do tioglicolato, essa redução provoca a formação de ácido cistéico. O ácido cistéico não re-oxida (como a cisteína formada na progressiva com tioglicolato), por isso não necessita da etapa de neutralização.

Por que o cabelo fica amarelado?
A carbocisteína provoca reações de degradação dos aminoácidos que compõem a queratina (proteína capilar). Quando o triptofano, cistina e metionina sofrem degradação, observa-se o aparecimento da cor amarelada, a qual é proporcional à degradação desses.
Quem tem o cabelo descolorido ou tingido, já possui sítios de oxidação (formados pelo peróxido de hidrogênio dos descolorantes e tinturas). Sendo assim, o grau de degradação dos aminoácidos é bem maior que nas pessoas com cabelos não descoloridos/tingidos.
Resultado? Quem tem cabelo tingido de loiro, pode ficar com ele amarelo/alaranjado (“ovo”). Quem tem cabelo tingido de vermelho pode ficar com ele laranja (vermelho + amarelo = laranja). Se salva mais quem pinta de escuro, pois a coloração amarela da degradação não se sobressai. Ela às vezes se manifesta como um “clareamento” da cor.

Mas porque alguns cabelos ficam verde?
Em alguns casos, pode ocorrer a formação de um radical livre cistil, que tem como cor o esverdeado. Infelizmente a carbocisteína é bem instável, e essa formação de produtos de degradação sempre pode ocorrer, sendo sempre mais fácil em cabelos já quimicamente tratados.

E o que se faz para reverter esses problemas?
Essa é a pior parte: NADA! Uma vez danificado não tem volta. Poderia se pensar em tingir o cabelo, mas eu sei de casos de pessoas que tentaram tingir um cabelo que ficou amarelo ovo e ele passou a ficar verde.
A fibra capilar é tecido morto, não tem reparo. Da pra tentar “maquiar”, mas corre-se sempre o risco de piorar!


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A volta do vilão: FORMOL!

Mais uma vez ele volta a assombrar... ou deveríamos dizer que ele nunca se foi realmente?

No último Fantástico novamente foi discutido o problema do uso de formol em alisamentos capilares. Sinceramente, alguém aqui NÃO sabe que o formol faz mal? Que ele destrói mucosas, (nariz e boca, devido inalação), machuca o couro cabeludo, pode provocar inflamação e feridas na pele, pode até levar a uma calvície feminina?! Não sabem que o profissional que está exposto DIARIAMENTE a esse produto pode desenvolver sérios problemas de saúde, inclusive câncer?

Então porque ainda usam?

Não venham me dizer que é má fé das indústrias, que os cabeleireiros não sabem que tem formol no produto que eles compraram, porque isso eu não acredito MESMO! A reportagem mostrou que a maioria é ciente SIM! Sabe que tem formol SIM! E quando sabe que não tem, coloca!

Ora... Parem e pensem: Porque aqueles produtos mais simples, de empresas desconhecidas são tããããão mais baratos que os das grandes empresas! Sério que tu vai me responder agora que é porque as grandes empresas são “máfias” e só querem extorquir dinheiro das pessoas?! POR FAVOR!

Na revista Cosmetics & Toiletries já tinha saído uma reportagem mostrando uma pesquisa em que quase todas as marcas testadas tinham formol. O detalhe é que todas essas marcas eram de empresas que toda hora mudam de nome, CNPJ, de forma a driblar a fiscalização da ANVISA. Se a empresa é desconhecida, se o produto tem cheiro estranho e quando usado faz arder demais os olhos PRA QUE USAR?

Querem a minha sincera opinião do motivo do uso? Formol é barato! Ajuda a reduzir o preço que se cobra da cliente e a aumentar o lucro! Além de ter o resultado de alisamento “garantido”!

Eu já falei aqui, mulheres buscam por milagres! Querem o cabelo liso, perfeito, maravilhoso, sem ter que pagar muito! O profissional precisa trabalhar, precisa das clientes, precisa reduzir o custo e aumentar a efetividade do produto... resultado? Enche de formol! Dai acontece toda essa chacrinha que está acontecendo!

O principal produto que sofre adulterações são aqueles a base de carbocisteína. A carbocisteína não alisa cabelo crespo! Ela diminui o volume, deixa o aspecto do cabelo melhor, e quem tem o cabelo levemente ondulado às vezes até consegue alisar. Mas quando é crespo não alisa nem com escola de samba! Eu sei! Eu uso nas minhas amigas!

Acontece, que produtos a base de carbocisteína também são baratos! Qual a solução que muitas empresas “vigaristas” e alguns cabeleireiros encontraram? Batiza com formol que dai alisa tudo! E sabe por que isso funcionou e funcionará por muito tempo? Porque a cliente não-ta-nem-ai! Ela quer o cabelo liso e quer pagar pouco! Sendo assim, o formol vai por bem ou por mal, ela sabendo ou não! Porque de duas uma: ou a cliente se submete a usar o formol (muitas aceitam!), ou ela busca o mais barato possível, sem nem querer saber o que realmente vai ser usado pelo profissional!

De que adianta dizer depois “Mas eu disse que não queria com formol!” se nem perguntar a marca/procedência do produto perguntou. Você sabe qual marca do produto que o seu cabeleireiro trabalha? Porque o serviço dele é tão mais barato?

Eu repito: MILAGRES NÃO EXISTEM! Ou paga caro, aceita que alguns procedimentos não vão alisar de primeira, recusa-se a usar o formol, ou essa palhaçada nunca vai ter fim!

Pensem nisso!

A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.