quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frizz!

Frizz... o que quer dizer essa palavra tão pequena mas que surge como uma catástrofe na vida de algumas mulheres??

Frizz é o resultado do excesso de cargas negativas na superfície capilar.

Einh?!?!?!
Calma... eu explico!

As cargas de um cabelo são determinadas pelos íons presentes nele. Esses íons são moléculas que podem ter carga positiva ou negativa. Entre as leis da física que explicam os fenômenos elétricos está a “Lei da Atração e Repulsão”.  Essa lei diz que: corpos com mesma carga se repelem, corpos com cargas opostas se atraem e corpos neutros (sem carga) nem se atraem nem se repelem.
Na composição da haste capilar existem diversos lipídios (óleos e gorduras) na região da superfície (ou próximos a ela). Esses lipídios são formados por átomos que geralmente conferem para o cabelo uma carga negativa. Quanto mais desses compostos estiverem na superfície maior será a carga negativa de cada fio.
Se todos os fios de cabelo apresentam uma carga negativa a tendência é que ocorra repulsão entre eles. Logicamente que o seu cabelo não vai ficar todo em pé, até porque a força da gravidade tende a “empurrar” ele para baixo. Entretanto, esse fenômeno é facilmente visualizado nos fios da parte de cima da cabeça, sendo conhecido como frizz. Ou seja, o frizz é um excesso de cargas negativas que faz com que os cabelos mais externos consigam se “afastar” dos demais, conferindo uma aparência indisciplinada.

Entre os motivos que causam esse efeito estão:
- Uso de shampoo: o shampoo extrai os lipídios com carga negativa para a superfície capilar, ainda podem ceder íons negativos para o cabelo dependendo dos componentes de sua formulação.
- Poluição: partículas de poluição com carga negativa tendem a se depositar sobre os fios.
- Radiação solar: a radiação solar provoca a formação de radicais livres, que são moléculas dotadas de carga negativa muitas vezes.
- Processos químicos aplicados aos cabelos (descolorantes, tintas, alisantes, permanentes).
- Uso excessivo de pranchas de alisamento (chapinha) ou escova com secador.

Como resolver esse problema?

Uma das maneiras mais utilizadas é através da neutralização dessas cargas. Para isso é necessário a aplicação de íons positivos no cabelo. Esses íons positivos vão interagir com os íons negativos do cabelo conferindo uma “carga resultante” neutra. Essa aplicação pode ser feita através de:
- Uso de cremes, máscaras, condicionadores a base de compostos com carga positiva, como os compostos amônio quaternários (poliquartenium e cloreto de betrimonium). Esses compostos químicos, quando aplicados ao cabelo, tendem a neutralizar as cargas negativas, dando uma aparência final mais disciplinada aos fios, reduzindo o frizz.
- Uso de formulações a base de alguns tipos de silicones. Esses formam uma camada (filme protetor) ao redor desses íons isolando eles e anulando seu efeito de repulsão.
- Uso de dispositivos que emitam compostos positivamente carregados. Alguns secadores de cabelo, pranchas de alisamento, escovas de cerâmica possuem esses compostos e auxiliam na neutralização dessas cargas negativas do fio. (pelo menos é o que diz o fabricante!)


sábado, 16 de outubro de 2010

Orgânico: a palavra da vez!

Poluição, desmatamento, efeito El ninho, aquecimento global... Ok! Não somos os seres mais “limpinhos”... ninguém se preocupa com o futuro e com a saúde do planeta... ou pelo menos não se PREOCUPAVA!
A onda do momento é o verde, o sustentável, o reciclável, o ORGÂNICO! Logicamente que toda essa preocupação e conscientização uma hora tinham que ser incorporadas aos cosméticos!
O post de hoje é em homenagem a uma grande farmacêutica com a qual tenho o privilégio de trabalhar: Evelise Assumpção. Ela desenvolveu o trabalho de conclusão de curso dela na área de cosméticos orgânicos e gentilmente me cedeu as informações para esse post!

Como algumas pessoas devem saber (e outras ainda não) os cosméticos usuais do mercado são quase que em sua totalidade a base de derivados do petróleo, como, por exemplo, a parafina e o óleo mineral. Entretanto esses compostos tem uma degradação lenta, consequentemente sendo mais poluentes. Com base nisso surgem os cosméticos e as matérias-primas orgânicas.
Enquanto as vendas dos produtos tradicionais crescem de 5 % a 10 % por ano, os cosméticos orgânicos crescem anualmente de 20 % a 25 %. Apenas na Europa, encontram-se mais de 1.000 empresas certificadas e mais de 11.000 produtos certificados em mais de 38 países.

Mas você sabe o que quer dizer orgânico?

Um cosmético pode ser certificado (certificar = assegurar como verdadeiro) como sendo orgânico se a formulação do mesmo contiver pelo menos 95 % de matérias-primas certificadas orgânicas, ou possuir certificação de cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos princípios e critérios da Forest Stewardship Council. Já uma matéria-prima somente poderá ser classificada como orgânica e receber esta certificação se for 100 % orgânica, ou seja, obedecer a todos os critérios de produção, extração e processamento para um produto orgânico. Ainda existem os produtos verdes. Esses produtos são aqueles considerados ecologicamente corretos, ou seja, que são produzidos através de processos e matérias-primas que possam causar menos riscos às pessoas e ao meio ambiente. Contudo esses produtos não tem a certificação de orgânico, pois não seguem TODAS as normas das agências certificadoras.



Quais são as agências certificadoras no Brasil?
No Brasil, o IBD e a ECOCERT são as agências que fiscalizam e certificam os produtos e processos orgânicos. Essas agências possuem alguns padrões de certificações divergentes, como por exemplo, a presença da água utilizada na formulação. Para a IBD, a água não é considera como ingrediente, não sendo levada em consideração nos cálculos da porcentagem de ingredientes orgânicos e/ou naturais. Já para a ECOCERT, a água é considerada um ingrediente natural. Outra divergência é em relação à classificação, para a IBD os produtos são classificados como “orgânicos” ou “com ingredientes orgânicos”, já para a ECOCERT são classificados como produtos “ecológicos e orgânicos” ou “ecológicos”.
Tanto a IBD quanto ECOCERT estão de acordo no que diz respeito a utilização de  matéria-prima animal, proibindo o uso de matérias-primas que levem à morte ou causem danos aos animais, porém ambas autorizam o uso dessas quando as mesmas não trazem prejuízos aos animais e não hajam substitutos. Ambas também proíbem os testes em animais para certificar a segurança e eficácia do produto cosmético.
Há também processos proibidos para obtenção de matérias-primas nos cosméticos orgânicos, como por exemplo, etoxilação, sulfonação, fosfatação, propoxilação, polimerização, deterpenação, descoloração e sulfatação. A etoxilação e a sulfonação são processos não permitidos por ambas as certificadoras e a sulfatação é um processo considerado permitido pela ECOCERT.

Porque ter o selo (certificação) é importante?
A certificação é um processo importante, pois assegura o controle da cadeia de fornecedores de acordo com normas, sendo possível a rastreabilidade desde a produção até a venda ao consumidor, passando por inspeções e garantindo, assim, um produto diferenciado. O objetivo da certificação é aumentar a confiabilidade da marca, que leva o selo, garantindo a fidelidade às normas seguidas pelas agências certificadoras.

Qual a vantagem de ser orgânico?
A principal vantagem dos cosméticos orgânicos é que esses proporcionam um impacto favorável ao meio ambiente, não realizam testes em animais e tem uma possibilitada reduzida de causar efeitos adversos ao nosso organismo (como alergias, dermatites).

MAS CUIDADO!!!!

Não é porque é orgânico, verde ou natural que ele é hipoalergênico!!! Cosméticos orgânicos não são necessariamente hipoalergênicos ou indicados para peles sensíveis. Sabe-se que processos alérgicos são diferentes de processos irritativos e ambos podem não estar relacionados com a qualidade de um produto. Pode-se dizer, no entanto, que os cosméticos orgânicos são mais seguros ao analisarmos as estatísticas, as quais mostram que grande parte das reações irritativas e alérgicas são causadas por conservantes e outras substâncias tradicionalmente utilizadas em cosméticos comuns, mas que são proibidas nos orgânicos.


E se você acha que por ser orgânico/verde, por ser a base de produtos naturais, oriundos da terra, esses cosméticos são simples e sem tecnologia, saiba que vocês está enganado!!!

Aqui em Porto Alegre a Inventiva já possui uma linha nanotecnológica Verde!!!!

Sim!!! Os três insumos que integram a linha - Nutri Ômega LV, Nutri Balance LV e Nutri Hair LV – são elaborados a partir da tecnologia Nanoinvent Verde, desenvolvida exclusivamente pela Inventiva. A produção é feita com matérias-primas obtidas através de procedimentos ecologicamente corretos e podem ser utilizados em cosméticos orgânicos. Os produtos da Linha Verde têm alto poder de hidratação, são não-comedogênicos e não contêm parabenos, etoxilados e derivados de petróleo!


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

pH... einh?!

Ah... esse tal de pH. Em tudo que é cosmético ele aparece: “pH neutro”, “pH balanceado”, “pH ácido”... MAS MEU DEUS, O QUE ISSO QUER DIZER?!?

Calma, é mais simples (ou mais complicado) do que parece!

O pH é o potencial hidrogeniônico (= potencial + hidrogênio + iônico), indica a concentração de íons H+ em um meio. E é assim mesmo que se escreve, com p minúsculo e H maiúsculo! Em palavras mais simples, o pH é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.

Imagine uma balaça:

- De um lado estão os valores que indicam acidez (de 0 a 6,9), quanto mais perto de zero mais ácido é.
- Do outro lado estão os valores que indicam alcalinidade (de 7,1 a 14), quanto mais próximo de 14 mais alcalino (“adstringente”) é.
- O meio da balança, ou em outras palavras o equilíbrio de tudo, é a neutralidade (7).

Mas o que tem a ver esse tal de pH com os cosméticos??? TUDO!
Nosso corpo apresenta diferentes pH dependendo da região. Podendo ir do alcalino ao ácido!!! Porque? Devido à composição química e biológica de cada região! Não existe um pH perfeito para o corpo e outro vilão. A falta de conhecimento sobre “o que é o pH” leva as pessoas a falarem besteiras. Existe, por exemplo, um mito que tudo o que é ácido é prejudicial. Por exemplo:
- Tomara coca-cola prejudica o estômago porque o pH da coca-cola é 2,5. MITO! O pH do estômago é 1,2!!!! Bem mais ácido que o da coca-cola!
- Shampoo tem que ser neutro para não prejudicar os cabelos! MITO! O pH ideal para os cabelos é o mesmo que o da pele: ÁCIDO! Sim! Por volta de 5.

Um vez cheguei a ouvir de um cabeleireiro que o ideal era o shampoo SEM pH (?)!
Ele ainda reforçou que o pH deveria ser zero! Já pensou?? Um shampoo totalmente ácido!!! Nesse pH sim era capaz de dissolver todos os fios!!!

Bom, vamos então para a explicação de alguns cosméticos e seus pHs:
- Shampoo de criança é melhor que seja neutro, pois o pH da lágrima é 7,2. Dessa forma um shampoo com pH próximo a 7 tende a ser mais compatível com a mucosa ocular, de forma que se acidentalmente atingir o olho não irá machucar tanto.
- Sabonete infantil deve ter um pH ácido, mais próximo ao da pele (5,5). Isso evita que as defesas naturais da pele infantil (que ainda não é madura suficiente para promover uma proteção total) sejam removidas.
- Sabonete íntimo deve ter um pH mais ácido. A mucosa vaginal é composta por lactobacilus (é! Parecidos com os do Yakult!), esses são essenciais para a proteção contra infecções nessa área. Se o pH dessa área for modificado (deixar de ser ácido), esses organismos podem ser eliminados e consequentemente a proteção que eles conferem também o será.
- Shampoo de limpeza profunda tem um pH mais alcalino. O pH alcalino auxilia na solubilização dos lipídios (sebo, graxa) que dão um aspecto de sujeira para o cabelo. Além disso, o pH alcalino proporciona a abertura das escamas dos cabelos auxiliando o shampoo a penetrar mais profundamente, tendo um efeito de limpeza maior.
- Shampoo hidratante deve ter um pH mais ácido. Ele se torna menos agressivo e evita o ressecamento dos fios.

Para quem ficou curioso mais alguns pHs do nosso organismo:
pH pele: 5,5
pH cabelo: entre 4,2 e 5,8
pH da saliva: de 6,8 a 7,2 (depende do que você come durante o dia)
pH do estômago: de 0,9 a 2,0
pH do duodeno: 6,8
pH intestinal: 7,4
pH do sangue: 7,4
pH: lágrima: 7,2
pH vaginal: 4,8
pH semem: 8,0


A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.