domingo, 17 de junho de 2012

Progressiva e coloração juntas (ao mesmo tempo) pode?


Pooooode! Acreditem!
Esse foi um desafio que eu lancei na minha aula de Terapia Capilar, no curso de Técnico em Imagem Pessoal (na escola Fórmula, Porto Alegre). Todas as minhas alunas, são cabeleireiras e eu desafiei elas a fazerem uma progressiva, finalizando com coloração! Ta certo que algumas já tinham feito isso, mas sem olhar para a ciência por trás de tudo!
E para provar que eu acreditava na minha teoria química, EU fui a cobaia!
O fato era o seguinte: meu cabelo estava realmente precisando de uma progressiva (foto a baixo). Ele estava muito sem forma (nem liso, nem ondulado), além disso, as luzes estavam com uma coloração indefinida: umas platinadas, umas douradas e outras laranjas! E eu queria tudo dourado!



Então eu propus o seguinte: primeiro fazer uma progressiva com carbocisteína (a marca usada foi a de sempre, Tanagra, Kerapower Perfect Liss). Como essa progressiva deixa cheiro ruim no cabelo, eu sempre aplico o neutralizador da X-Tenso L’Oreal. Como o X-tenso tem oxidantes, ele reage com ligações de cisteína que permaneceram aberta (e tem cheiro ruim, devido ao enxofre livre), fecha essas ligações ou converte a cisteina em ácido cisteico, e o cheiro ruim some. Baseado nesse meu segundo passo é que eu fiz o desafio: como esse oxidante que eu uso depois da progressiva é uma água oxigenada (aproximadamente 8 volumes), eu pedi pra elas colorirem o meu cabelo inserindo a coloração nesse neutralizante da L’Oreal e aplicando após a progressiva feita!

Deu pra entender?

Passo 1: fazer a progressiva
Passo 2: preparar a coloração, usando o neutralizador da X-Tenso ao inves da água oxigenada comum
Passo 3: finalizar a progressiva (tirar o cehiro ruim) colorindo ao mesmo tempo as mexas.

Quem confia que isso da certo?

Vejam bem: a coloração é feita com água oxigenada e a tintura. A Água oxigenada em contato com o pigmento revela ele e colore o cabelo... Poque não usar o neutralizador (que é composto por água oxigenada)?
Logicamente que as preparações para coloração tem um pH mais alcalino e esse neutralizador um pH mais ácido. Mas lembre-se que o pH alcalino é para auxiliar na abertura da cutícula... o que já foi feito pela própria progressiva ainda não totalmente finalizada.
Então, será que da certo?

DEU! 
Elas conseguiram fazer a minha progressiva e “padronizar” a minha coloração das mexas (foto a baixo). Claro que elas aproveitaram também pra dar uma cortadinha (mínima) e uma arrumadinha! ;)



Mas porque assim pode e fica bom e separado (primeiro progressiva e depois coloração) não é recomendado?
Até da pra fazer os dois separados, mas quando se faz os dois processos separados o cabelo é submetido 2 vezes ao processo de abertura de escamas... e isso fragiliza mais os fios. Então, se é possível, reduzir uma etapa de dano, fazendo os dois procedimentos juntos, não é melhor?
O que vocês acham?


sábado, 9 de junho de 2012

Ele está no meio de nós! FORMOL: o teste!

Pois é... ele está no meio de nós.
Há muito tempo eu me perguntava:
"Quais as marcas confiáveis de progressiva?"
"Quais não tem formol?"
"Será que todas tem formol?"

Chata do jeito que eu sou, fui atrás de alguma metodologia para doseamento de formol em produtos de alisamento capilar e achei um artigo bem bacana (clique aqui). É uma metodologia de doseamento por UV (espectrofotometria de ultravioleta) que me permite QUANTIFICAR o formol. Sim! Não é simplesmente dizer se tem ou não, mas sim o quanto tem!

Bom, com esse artigo nas mãos resolvi transformar essas "curiosidades" em aprendizado! Eu dou aula em um curso técnico na escola Fórmula, aqui de Porto Alegre. Nesse curso, eu ensino a parte química dos cosméticos capilares para cabeleireiros. Obviamente que nesse pacote entram os ensinamentos sobre os riscos do formol!
Já na UFRGS eu fui convidada para dar uma aula especial sobre cosméticos para alisamento capilar. Além da aula teórica, eu sugeri ministrarmos uma aula prática de detecção de formol em produtos de alisamento capilar!
Dai foi só juntar as duas instituições para beneficiar ambos alunos.
As minhas alunas da escola Fórmula (que são cabeleireiras), me cederam amostras de progressivas que elas trabalham (e que o vendedor garante que não tem formol)! E na UFRGS os alunos vão dosear pra saber se tem formol e quanto tem (a aula vai ser dia 18/06)!
Como é de praxe, toda aula prática deve ser testada antes, para ver se funciona e para ver quais resultados cada amostra tem. Bom... eu que não sou boba, escolhi 10 marcas para fazer o teste e acreditem... me surpreendi muito!

Se você está esperando que eu conte quais deram positivo, desista! Infelizmente não posso fazer isso por hora! As análises foram feitas dentro da universidade, com amostras cedidas (ou seja, eu não abri um produto novo para testar). Eu estaria sendo leviana se jogasse a "merda no ventilador" dessa forma. Mas sabe o que me surpreendeu? Marcas grandes, famosas, usadas nos grandes salões de Porto Alegre deram positivo! Com quantidades variando de 3 a 10 % de formol! Já algumas marcas pequenas, que eu achava que certamente teriam formol, me surpreenderam com um resultado negativo!
Claro... eu ainda vou repetir algumas análises, mas isso serviu pra me mostrar o quanto complicado é escolher uma marca.
O único resultado que eu faço questão de contar é o da progressiva que eu uso (em mim e nas minhas amigas), da marca Tânagra (já falei dela aqui). Deu NEGATIVO! Ufa... :)
Na foto a baixo está o resultado das 5 primeiras análises. Para que vocês entendam: amarelo é negativo e quanto mais rosa mais formol tem!



Depois, a análise de UV dessas amostras são confrontadas com uma curva padrão (6 amostras de formol com concentração conhecida) para determinar através de cálculos específicos a concentração de formol na amostra. Ai a baixo está a foto da minha curva padrão para vocês entenderem!



O que eu tirei disso tudo? Realmente não da pra confiar em qualquer marca... E isso é o  mais triste, pois marcas que eu considerava sérias, parecem não ser!

A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.