segunda-feira, 21 de março de 2011

Incompatibilidades: hidróxido x tioglicolato x tintura?

Existe uma dúvida a respeito dos alisamentos que definitivamente não quer calar:

Porque não se pode fazer um alisamento com hidróxido e logo após com o tioglicolato?
O alisamento feito com os diferentes tipos de hidróxidos (sódio, cálcio, guanidina), tem como ação a mudança das ligações de queratina do cabelo. Elas passam de uma ligação contendo 2 enxofres, para uma ligação contendo apenas um enxofre. Lembre-se que esse tipo de alteração é definitiva, não tem produto que possa fazer com que ela volte a ter os 2 enxofres. Além disso, essa ligação é mais frágil, o que torna o cabelo mais suscetível à quebra.
Quando um cabelo passa por um alisamento a base de tioglicolato, as ligações de 2 enxofres são abertas, remodeladas, e fechadas novamente na forma de ligações de 2 enxofres.
Agora imagine: se o seu cabelo já passou por um alisamento com hidróxido ele já possui algumas ligações modificadas (de um enxofre – frágeis). Quando o tioglicolato for aplicado, as restantes se abrirão. Como é necessário aplicar uma tensão sobre o cabelo com tioglicolato para dar a nova modelagem (antes de fechar essas ligações abertas), essa tensão poderá romper aquelas de um enxofre que são frágeis. Como resultado pode-se ter a quebra de boa parte dos fios.

Mas isso é regra? Acontece sempre?
Não. Além das ligações de enxofre, existem algumas outras ligações que podem ajudar “segurar” o fio, e nem todas as pessoas vão passar por esse problema. A constituição da haste capilar de cada pessoa é diferente, algumas pessoas vão apresentar fios mais resistentes a ruptura por processos químicos que outras.

Então pode ser feito o alisamento com tioglicolato e depois com hidróxido?
O risco de ocorrer uma quebra é um pouco menor. O cabelo alisado é SEMPRE um cabelo mais frágil. O tioglicolato é um alisante mais brando, porém também danifica o cabelo. Química sobre química pode gerar ruptura de fios, cada uma dessas químicas danifica de uma maneira diferente o cabelo e vários danos juntos podem destruir as hastes capilares. Como o alisamento por hidróxido é uma química “forte”, esse risco de ruptura é bem mais alto quando ele é aplicado depois de qualquer outra química.

E tintura/coloração, porque não pode ser feita antes do alisamento com tioglicolato?
Pelo mesmo motivo dos hidróxidos! Na composição de algumas tinturas e nos descolorantes, existem produtos que também são capazes de modificar as ligações capilares (passando de 2 enxofres para 1 enxofre), logicamente que com uma extensão bem menor. Por isso, dependendo da extensão e da quantidade de vezes que o cabelo foi descolorido ou tingido, pode-se ou não fazer o alisamento.
O ideal é que se evite ao máximo a sobreposição de químicas, sejam elas alisamentos, permanentes ou coloração. Se o cabelo cresceu e está encrespando novamente, tente fazer apenas o retoque de raiz, por exemplo.
Agora se a sobreposição de químicas é necessária o melhor é confiar no seu profissional cabeleireiro, afinal ele ainda é a melhor pessoa para te aconselhar!


quarta-feira, 16 de março de 2011

A síndrome das unhas frágeis!

Ah! Quem nunca reclamou que as unhas estão frágeis, quebrando fácil demais ou crescendo pouco? A “Síndrome das unhas fágeis” é um problema que tinge 50 % da população e, aproximadamente, 90 % das mulheres adultas!
Essa síndrome é caracterizada por um aumento da fragilidade das lâminas que compões a unha. Como resultado tem-se unhas que costumam descamar nas pontas ou que são muito finas (moles) e quebram facilmente.
Mas o que causa essa síndrome?
A maior parte dos problemas que levam a essa síndrome ainda não foram desvendados, mas os principais já descobertos são:
- Problemas vasculares: o sangue não carrega oxigênio ou nutrientes suficientes para a formação das unhas. A matriz da unha (aquela “meia lua branca” que enxergamos bem perto da base da unha, junto à pele dos dedos) e o leito (pele sobre a qual a unha está colada) necessitam de nutrientes e oxigênio para compor a estrutura da unha. Se esses estão em baixa quantidade a matriz irá produzir uma unha “falhada”, com falta de componentes necessários para manter a coesão entre as células da unha e a sua ligação com o leito. Por isso ela descama (solta pequenas lasquinhas na porção livre) ou se solta do dedo (leito).
Vale ressaltar que o tipo de alimentação da pessoa também pode acarretar esse problema, ou seja, a circulação pode estar adequada, mas se a alimentação for precária, o mesmo dano pode ser gerado. Dessa forma, pessoas com distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia) podem apresentar uma má formação das unhas.
- Problemas físicos: uma unha saudável é constituída predominantemente por proteínas, sendo baixo seu conteúdo de lipídios. Como os lipídios são as substâncias necessárias para manter a hidratação, as unhas possuem uma grande tendência à desidratação.  Essa desidratação pode ser ainda agravada pelo contato diário com produtos químicos como, acetona, álcool, desinfetantes e produtos de limpeza no geral. Além disso, alguns esmaltes possuem em sua composição química alguns compostos que causam reações alérgicas ou danos à estrutura química da queratina, enfraquecendo mais ainda as unhas.
- Problemas mecânicos: o choque constante das unhas com outros objetos pode provocar a sua fragilidade. Dessa forma pessoas que trabalham principalmente com as mãos (que trabalham com computadores, com escrita, manicures, dentistas, etc) tendem a apresentar mais frequentemente essa síndrome . Além disso, que faz uso freqüente de unhas postiças pode ter esse problema, pois o colocar e retirar as unhas causa traumas mecânicos (e químicos, devido à composição da cola).
Ainda pode acontecer de a matriz ser lesada. Em algumas pessoas a matriz da unha está mais exposta que em outras. Se essa matriz tiver suas células lesadas (por uma infecção ou por um machucado, por exemplo) as células da unha serão produzidas de forma errada, o que pode gerar fissuras (que se estendem desde a base até o topo da unha) ou fragilização em algumas regiões da unha.
Problemas de saúde como infecção na região das unhas, diabetes, hipo ou hipertiroidismo, acromegalia entre outros também podem agravar ou desencadear esse problema.

O que fazer para minimizá-lo?
- Hidratar as mãos. Mas faça isso com hidratantes! O excesso de exposição das unhas à água (como mergulhar a mão em água por muito tempo) pode ser prejudicial. Quando excessivamente expostas à água as unhas tendem a inchar e quebrar mais facilmente.
- Manter as mãos sempre limpas. Dessa forma evita-se a contaminação das unhas por agentes patológicos (fungos e bactérias) que possam fragilizá-las.
- Alimentação saudável. Isso garante que os nutrientes necessários para a formação das unhas estarão presentes na matriz para sua formação.
- Cortar as unhas regularmente (com tesoura/alicate). Uma unha excessivamente grande está mais sujeita a choques mecânicos, e consequentemente mais suscetível à quebra.  Ainda, o uso da tesoura ou alicate de unha são mais favoráveis para apará-las, visto que a lixa provoca um atrito constante que pode causar uma fragilização mecânica (deixe a lixa apenas para o retoque final).
- Evitar a retirada da cutícula. A cutícula é a barreira mecânica que protege a matriz da unha. Ela evita que agentes patológicos possam causar infecções nessa região. Opte sempre que der por não tirar a cutícula, você pode apenas empurrá-la, por exemplo!
Para finalizar vale ainda desmistificar o papel do cálcio no fortalecimento das unhas. Estudos comprovaram que o cálcio não tem papel no fortalecimento das unhas, os responsáveis por essa fortificação são as proteínas queratina e cisteína.


A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.