Conforme prometido o último post da “série celulite” traz alguns ativos e tratamentos para a celulite. Mas antes que você me pergunte se eu acho que alguns desses ativos ou tratamentos realmente funcionam, eu deixo de lado as minhas palavras para colocar aqui as palavras da PhD Karl Lintner:
“[...] Há muito menos publicações sobre os tratamentos anticelulite testados e substanciados em voluntários humanos do que resultados testados in vitro descrevendo mecanismos interessantes para atacar o problema. Esse fato pode basear-se na seguinte situação paradoxal: se um resultado clínico demonstrar redução significativa no surgimento da celulite e redução da gordura hipodérmica, será difícil argumentar que não houve “alteração fisiológica” promovida pelo produto e por alguns de seus “ativos” o que fará que o produto seja considerado medicamento, conforme a maioria das regulações. Se os resultados obtidos forem menos espetaculares, embora aceitáveis, do ponto de vista de marketing, será difícil conseguir publicação em revistas científicas. [...]” (Cosmetic & Toiletries Brasil, Jan/Fev 2010)
Ou seja, um bom produto terá que ser registrado como medicamento, o que acarreta um gasto de dinheiro e tempo para uma indústria, dessa forma a opção passa a ser por um produto não tão espetacular, com um resultado razoável que no meio científico não terá “força” para publicação.
Mas enfim... vamos aos ativos e tratamentos para a celulite!
Para que um ativo tenha ação contra a celulite ele deve ser um agente que:
Aumente o fluxo microvascular: para aumentar o fluxo microvascular e a drenagem linfática.
Reduza a lipogênese e promova a lipólise: Com o objetivo de reduzir o tamanho e volume dos adipócitos, diminuir a tensão em torno do tecido conjuntivo (que acredita-se que diminua o aspecto clínico da celulite).
Restaure a estrutura normal do tecido dérmico e subcutâneo: Através do espessamento da derme ou impedindo a herniação de gordura no tecido superficial.
Impeça a formação ou destrua os radicais livres: Acredita-se que os radicais livres modifiquem os ácidos graxos livres pela peroxidação lipídica, contribuindo para a disponibilidade de lipídios livres para a formação de celulite. Os radicais livres podem ainda danificar os elementos da microcirculação.
Entre os ativos disponíveis no mercado estão:
Agentes que aumentam o fluxo microvascular
Castanha da índia (Aesculus hippocastanum)
Ginkgo biloba: aumenta a perfusão sangüínea. Estudos apontam seu potencial vasomotor e antioxidante.
Rutina: As principais fontes são os vegetais folhosos e frutas cítricas. Ela aumenta o tônus venoso, e acredita-se que tenha associado uma ação “impermeabilizante capilar”, semelhante a vitamina P, devido a inibição da hialuronidase. Tal ação impediria a passagem de proteínas que contribuiriam para a formação do edema, evitando um dos problemas que desencadeiam a celulite.
Pentoxifilina: uma metilxantina, melhora a perfusão na microcirculação, principalmente através de efeitos hemorreológico, e tem demonstrado ser muito útil no tratamento da insuficiência vascular periférica.
Centella asiática: A centela (Centella asiatica) é uma planta herbácea anual da família Apiaceae, nativa da Austrália, Ilhas do Pacífico, Nova Guiné, Melanésia, Malásia e Ásia. É muito utilizada em tratamentos contra a celulite.
Comum hera (Hedera helix - Ivy): trepadeira do género Hedera, família Araliaceae. É natural da Europa Central e Ocidental.
Agentes que reduzem a lipogênese e promover a lipólise
Metilxantinas: teobromina, cafeína, aminofilina, teofilina. Esses compostos são encontrados principalmente no café, chocolate, erva mate (chimarrão) e refrigerantes como os derivados de cola e guaraná. Tem como ação aumento da circulação sangüínea, aumento da lipólise e redução do tamanho dos adipócitos (mas essa regra não vale para associação desses com açúcar, como nos refrigerantes!)
Agentes que restauram a estrutura normal do tecido dérmico e subcutâneo
Retinol (vitamina A): estimula a síntese de colágeno e renovação cutânea.
O ácido ascórbico (vitamina C).
Agentes que impedem a formação ou promovem a destruição dos radicais livres (antioxidantes)
Alfa-tocoferol (vitamina E)
O ácido ascórbico (vitamina C)
Gingko biloba
As uvas vermelhas (Vitis vinifera): Resveratrol.
Outros tipos de tratamentos:
Drenagem linfática: é um método físico para reduzir a estase (baixo fluxo) de fluido linfático e substâncias tóxicas nos tecidos. A drenagem linfática não é (ou não deveria ser) traumática, e sim uma técnica de massagem suave. A drenagem linfática manual tem sua base científica nos estudos e nos ensinamentos de Foldi e Leduc. Trata-se de uma série de compressões sobre o sistema linfático para melhorar seu fluxo. Ciclos periódicos de drenagem linfática manual são recomendados por Vodder, principalmente, para manter os tecidos livres de congestão linfática. Muitos estudiosos da área acreditam que a drenagem linfática feita com as mãos (e não com outros equipamentos) é o único método que dá resultados aceitáveis.
Aqui cabe ressaltar uma diferença entre drenagem linfática e massagem estética – drenagem é essa massagem suave, mais superficial para deslocamento de líquido estagnado nos tecidos mais superficiais (que podem desencadear a celulite). Massagem estética é uma massagem mais severa (muitas vezes dolorida) que objetiva a movimentação do tecido adiposo para regiões onde esse possa ser melhor metabolizado (não sei se isso é válido, mas algumas pessoas relatam que funciona).
Carboxiterapia: é o uso terapêutico de dióxido de carbono (CO2) no estado gasoso por injeção transcutânea ou subcutânea. Ao nível vascular, aumenta o tônus vascular de CO2 e produz vasodilatação ativa da microcirculação. A vasodilatação induzida pelo CO2 tem resultados pela ação direta de CO2 na arteríola das células musculares lisas. Além disso, promove o efeito Bohr, um mecanismo que permite a transferência de CO2 dos tecidos para os pulmões e de O2 do pulmão para os tecidos através da curva de dissociação da oxihemoglobina. Quando administrado através de uma rota externa, o CO2 promove este mecanismo, resultando em uma maior oxigenação do tecido e neoangiogênese (nova formação de vasos sangüíneos).
Efeitos colaterais:
Ardor ou dor opressiva, no local da injeção, relacionadas ao fluxo de velocidade e limiar de dor do paciente
Sensação de peso, relacionada com a dose de tratamento
Rubor e calor no local de injeção
Equimose (“mancha”, marca deixada pelo sangue extravasado sobre a pele)
Crepitações subcutâneas (sensação de “estalinhos”), de duração variável (não mais que 30 minutos)
Dermoeletroporação: é um método de tratamento que permite a absorção de substâncias ativas (normalmente em soluções iônicas), utilizando equipamentos que geram pulsos elétricos que permitem a abertura de canais celulares eletrodependentes, promovendo assim a passagem dessas substâncias através da epiderme. Em 1970, um grupo de dermatologistas americanos descobriu que, ao aplicar um impulso elétrico intenso por um curto tempo em um comprimento de onda adequado, uma mudança na polarização da membrana celular ocorria, e isso poderia ser usado para promover uma espécie de “pulsação celular”.
Mais literaturas interessantes sobre o assunto:
- Farmacoterapia nas doenças vasculares periféricas.
- Pentoxifilina no tratamento da insuficiência vascular periférica crônica
- Substâncias Cosmetologicamente Activas Caracterização, Indicação, Eficácia e Segurança: Cafeína
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A Estrutura da Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.
A Estrutura do Cabelo
O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.
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